Rios voadores

Neste vídeo, a produção e o transporte de umidade na Bacia Amazônica são apresentados em intervalo de 1h desde 1 de dezembro de 2004 até 1 de dezembro de 2005. O vídeo mostra os efeitos da evapotranspiração da floresta e da superfície do solo, assim como o transporte de vapor d’água na América do Sul utilizando o modelo WRF e rastreadores de vapor d’água sobre a Amazônia. Os valores de umidade variam de “baixo” (roxo), “médio” (verde), a “alto” (0.015, branco). Enquanto a maior parte da umidade vem do Oceano Atlântico, a evapotranspiraçãoda floresta tropical, sua reciclagem em nova precipitação e seu transporte em cascata à favor do vento são fundamentais para manter a produção da chuva na Amazônia, mas também ao longo da cordilheira dos Andes e da Bacia do Rio da Prata. O “efeito de pulsação?” visto na sequencia de imagens é devido ao ciclo diurno de evapotranspiração sobre a floresta amazônica. Assim, as fortes interações entre superfície da terra-vegetação-atmosfera são essenciais para manter a produção de umidade na Amazônia e o seu transporte para outras partes da América do Sul. O vídeo destaca o papel fundamental da floresta amazônica para garantir as chuvas em escala continental, e ilustra os possíveis impactos adversos que o desmatamento poderia provocar sobre o hidroclima da região.

Yang, Z., and F. Dominguez, 2019: Investigating Land Surface Effects on the Moisture Transport over South America with a Moisture Tagging Model. J. Climate32, 6627–6644, https://doi.org/10.1175/JCLI-D-18-0700.1.

Imagem de destaque: Esteban Suárez